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Isaac With a Book

Isaac With a Book

Ascensão das Trevas

Do livro físico ao enredo

28.01.25 | Isaac Barradas

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O livro de que vos quero falar neste post é um claro exemplo de que, embora não seja correto, podemos julgar um livro pela capa. Ou pelo menos tê-la como um dos motivos para o abrir. Já te aconteceu? Deixa-me exlicar melhor.

Confesso que a C.S. Pacat, a autora, me era completamente desconhecida. Contudo, assim que passei os olhos pela capa de "Ascenção das Trevas", foi como se o livro saltasse da prateleira enquanto o meu inconsciente sussurrava "Tens de ter este livro!". Agora, após a leitura, percebi que foi quase como a atração não verbalizada entre algumas das personagens que conhecemos com decorrer da história.

As primeiras páginas, lidas ainda na livraria, foram suficientes para me fazer querer continuar a ler e acabei por trazê-lo para casa. Na altura estava ainda a terminar a minha leitura de "O Caminho dos Reis" mas na verdade sempre achei que a compra de livros e a leitura são duas atividades bastantes distintas. Talvez seja por isso que a minha TBR aumenta a uma velocidade muito maior quando comparada com a minha velocidade de leitura. 

Mas vamos lá então rebobionar até à capa. A sensação de segurar um livro e sentir o cheiro a novo são duas das razões pela qual continuo a preferir comprar livros físicos em detrimento das suas versões em e-books, já para não falar que ficam muito melhor na estante.
Quanto a este título tenho de dar o devido reconhecimento à editora, a Secret Society. Eles entenderam bem o trabalho, se entenderam!

Começemos então pela arte da capa que vês na primeira imagem do post: A imagem representa uma das persoangens (tens de ler para saber qual) e tem uma vibe entre o místico e o vitoriano e um toque de gótico à mistura. Eu sei que a imagem em si não é da reponsabilidade da editora mas o acabamento e carinho colocado nesta publicação é percetivelm nos pequenos detalhes.

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Outro aspeto que me surpreendeu foi o mapa impresso que acompanha o livro. Não é só o típico mapa impresso nas folhas de rsoto e que mal se consegue ler devido à separação central. É um mapa separado, que embora seja exatemente igual ao das folhas de rosto torna a sua leitura muito mais simples e dá um toque especial ao livro. Na verdade não percebo porque é que esta ideia não é a prática comum para livros de fantasia. É que no caso de "Ascenção das Trevas" o mundo é o nosso. Não é daqueles mapas elaboradamente complicados com nomes ficcionais para terras que não existem. Grande parte deste primeiro volume da saga "Dark Rise" é passado em Londres e nos seus arredores mas mesmo assim a Secret Society decidiu brindar os leitores com um extra.

Espalhadas pelas páginas estão também diversas ilustrações alusivas à história, que nos vão brindando à medida que avançamos e cada página de incício de capítulo tem uma coloração mais escura. São pequenos detalhes que não alteram em nada à história mas tornam a experiência muito mais prazerosa para o leitor. Deixa de ser apenas mais um livro e torna-se uma representação física do gosto da leitura.

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Um outro detalhe interessante é a parte oposta à lombada (não sei se isto tem algum nome específico). É certo que atualmente já se vêem algumas edições especiais com a extremidade das folhas com algum tipo de arte alusiva à história do livro mas a Secret Society deixa uma marca diferente no mercado e adiciona mais um detalhe que deixo nas fotografias. É quase como um envelope que abrimos para conhecer a história no seu interior e contribui para a experiência de leitura ser um pouquinho mais mágica.

 

Mas, falemos então da história em si porque os livros não vivem de capas.

É uma história passada em Londres e nos seus arredores, no início do século 19. A magia vai sendo gradualmente introduzida enquanto as personagens se vão cruzando e descobrindo cada vez mais sobre um mundo mágico há muito perdido e do qual restam apenas algumas relíquias e defensores. É no seio desses mesmos defensores e relíquias que a amizade se vai desenvolvendo a par com a derradeira batalha pelo fim do mundo, contra o ameaçador invencível Rei das Trevas.
É um livro focado num público jovem e que tem muito pouco de romance além de umas subtis referências à atração física entre algumas personagens. Para mim, o ponto mais importante de toda a leitura são os capítulos finais. Até lá senti que a história é algo "slow burn" mas os últimos capítulos fecham o enredo como um primeiro livro de trilogia deve: a deixar-te querer ler o próximo logo de seguida.

Senti também que, em alguns momentos, as descrições são um pouco repetitivas e muito focadas no sentimento de não pertença da personagem principal. Contudo, é essa mesma sensação que acaba por ajudar a desenvolver a "família escolhida" das personagens e dar rumo à história, portanto não sei até que ponto é que é um aspeto menos positivo.

É uma leitura que recomendo para leitores de fantasia. Além de muito bem escrita e desenvolvida, desafia o tradicional neste tipo de livro. Contudo, é uma leitura mais leve quando comparado aos pesos pesados a que me fui habituando e acho que foi precisamente isso que me surprendeu. Não é preciso ler os mestres para descobrir uma boa história.

Para terminar, deixo boas notícias: A Secret Society anunciou ontem no seu Instagram que o livro 2 de Dark Rise chega a 3 de fevereiro, que está já aí à porta. Por isso, se te despertei a curiosidade vou deixar aqui o meu link para o site da Bertrand.

Até já e boas leituras,

Isaac Barradas